Ansiedade

Freud diz que a ansiedade é a principal queixa dos neuróticos e que esta pode atingir enorme intensidade. Todos nós já sofremos desse sentimento e, segundo ele, não é necessária uma descrição desse estado afetivo. Há dois tipos de ansiedade: realística e neurótica. A primeira, realística, seria uma ansiedade racional, que vem como uma reação a um perigo externo, ou seja, algo esperado e previsto. Poderíamos pensar que esse comportamento é vantajoso, já que prevê o acontecimento, contudo, Freud aponta que a ansiedade em nada ajuda nessas situações, mas sim o que auxiliaria seria uma fria avaliação do perigo para que o sujeito pudesse fugir ou se defender de forma bem sucedida.

Freud fala sobre a ansiedade nos neuróticos, em que uma espécie de ansiedade livre anseia por se ligar a alguma idéia, como se o sujeito buscasse interpretar eventos de maneira pessimista sempre – isso se denominaria uma “expectativa ansiosa”. A ansiedade em excesso compõe um distúrbio nervoso chamado “neurose de angústia”, atualmente conhecida como “transtorno de pânico”.

ansiedade[1]

Outra forma de ansiedade neurótica seria aquela ligada a algumas determinadas idéias, como a “ansiedade das fobias” – com relação a cobras, viagens de navio, multidão e solidão, dentre outras. Nesses casos, o estranho não é o conteúdo, pois sabemos que há um perigo remoto, mas sim a intensidade da ansiedade. Outro grupo de fobias está para além de nossa compreensão, segundo Freud, como no caso de um homem forte e maduro com agorafobia, por exemplo. Freud classifica todas essas fobias como “histeria de angústia”.

No caso de pacientes histéricos, eles não sabem de que têm medo, mas através da elaboração secundária conseguem chegar ao medo de morrer, de enlouquecer ou de ter um ataque. Nos neuróticos obsessivos, a ansiedade aparece quando estes são impedidos de executar seus rituais, o que nos faz perceber que o sintoma encobria a ansiedade.

Freud volta ao argumento de que a criança sente ansiedade pela separação da mãe, tendo como protótipo disso o nascimento – a criança substitui o objeto de amor ausente por um objeto externo ou uma situação. A fobia histérica seria, portanto, uma continuação da ansiedade infantil. A ansiedade, para Freud, está ligada ao sistema inconsciente e, portanto, às idéias reprimidas.

Referência bibliográfica:

Conferência XXV: “A ansiedade” (Freud, 1917, SE vol. XVI)