Tendência antisocial

Para Winnicott, a tendência anti-social é uma agressividade reativa a uma falha ambiental, um pedido de socorro – a criança testa o ambiente para ver se ele sobrevive às suas ações. As crianças com tendência anti-social puderam realizar certa integração egóica e o processo de adaptação à realidade – que são bases para a saúde, não psicótica –; contudo, sofreram uma falha grave, uma “deprivação”, na fase de dependência relativa. Neste período, que é quando a mãe começa a falhar gradualmente, frustrando aos poucos o bebê, é também quando este começa a demonstrar uma intenção agressiva. Entretanto, se o ambiente não for suficientemente bom, a agressividade terá um caráter de violência e destrutividade – e não será positiva e proveitosa, como pensava Winnicott com pessoas saudáveis.

A criança, portanto, sabe que o ambiente falhou e dirige o sintoma para fora, cobrando algo do ambiente – quando os pais não percebem esse demanda, a criança dirige a outras instâncias, como a escola, por exemplo, ou, em casos extremos, pode chegar à polícia. Winnicott vê, então, na tendência anti-social um pedido de socorro – o ataque ao outro é a esperança de que algo mude e só mudará quando esse sujeito for reconhecido, através de um holding adequado, através do estabelecimento de uma relação de confiança, no caso da clínica, por exemplo.